A Costa da Caparica e Esmoriz têm sido as zonas mais afectadas pelo avanço do mar nos últimos tempos, mas há muitas mais zonas com igual vulnerabilidade em todo o litoral português. Principalmente no centro do País. A região de Ovar até Mira (a norte e a sul de Esmoriz) é a mais complicada, não só porque é onde se regista maior erosão costeira, mas principalmente porque tem zonas urbanas em risco. Francisco Ferreira, da Quercus, explica que a médio e longo prazo 67 por cento da costa portuguesa está «em risco de erosão considerável», isto se pensarmos que para Portugal está previsto o nível do mar subir 1,10 metros nos próximos 34 anos. Mas, antes de mais, há locais onde é preciso intervir com urgência. Sendo que o primeiro critério presente nas grandes prioridades definidas pelo Ministério do Ambiente é garantir a segurança de pessoas e bens. O Ministério do Ambiente enumerou as frentes de mar com edificações que estão em risco por acção directa ou indirecta do mar, ou dependentes de estruturas de defesa costeira: Molêdo do Minho, Amorosa e Castelo do Neiva, S. Bartolomeu do Mar/Ofir/Apúlia/Aguçadoura, Árvore a Mindelo, Granja/Espinho/Paramos, Esmoriz/Cortegaça/Furadouro, Barra/Costa Nova/Vagueira/Areão/Mira, Buarcos a Leirosa, Pedrogão, Vieira, S. Pedro de Moel, Bom Sucesso, S.Cruz, Azenhas do Mar, da Cova do Vapor à Costa da Caparica, Dª Ana, Albufeira, de Quarteira a Vale de Lobo e Garrão, Ilha de Faro, Farol, Fuzeta e Cabanas/Cacela. Em relação à Apúlia, o PortugalDiário sabe que estão previstas demolições de habitações ilegais em Pedrinhas Cedobem e que esta é uma zona de grande risco, onde se verifica um acentuado recuo da linha de costa e onde o Instituto Nacional da Água (INAG) já efectou uma intervenção no ano passado. Em S. Bartolomeu do Mar, também no concelho de Esposende, os moradores de algumas habitações em risco tomaram, inclusivamente, a iniciativa e decidiram colocar pedras de grande porte para protegerem as suas casas. Em Vila do Conde há casas de pescadores que terão de ser derrubadas e no concelho de Espinho as intervenções previstas - reparação de esporões e estruturas longitudinais de defesa - têm em vista proteger os bairros de Silvalde e de Paramos. Quanto a Ovar, para além da conhecida situação em Esmoriz, há outras zonas igualmente complicadas como Cortegaça e Furadouro. Aliás, toda a marginal entre Esmoriz e Cortegaça necessita de intervenção, assim como os esporões destas três praias. Ainda na zona Centro, a praia de Mira tem problemas graves de erosão, o mesmo acontecendo com Vagueira, onde o INAG prevê fazer várias obras. Em termos geográficos e seguindo um percurso de Norte para Sul, os problemas seguintes centram-se nas arribas. Se em algumas não estão em causa habitações, como acontece em S. Pedro de Moel e na Nazaré, o mesmo não acontece com as arribas nos concelhos de Peniche, Lourinhã e Mafra, onde existem várias casas, algumas das quais ilegais, construídas precisamente no topo das escarpas. Já na zona do Algarve, o PortugalDiário sabe que o INAG prevê fazer várias demolições de construções ilegais nas ilhas barreira e ilhotes na ilha de Faro e ilha da Culatra.
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1 comment:
é uma tristeza ver estas pessoas estão a passar, apesar do facto dos seus haveres estarem em risco serem , na maior parte dos casos por culpa dessas mesmas pessoas
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