O relatório preliminar do Grupo de Trabalho II do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla inglesa) projecta os impactos regionais do aquecimento global e vai ser apresentado, na sua versão final, em Bruxelas no dia 6 de Abril. O documento, citado pela Reuters, indica que na Europa do Sul as alterações climáticas vão ter impactos negativos, aumentando os riscos para a saúde, devido à maior frequência de ondas de calor, diminuindo a disponibilidade de água e de energia hidroeléctrica, ameaçando as culturas agrícolas e agravando os incêndios. Na Europa do Norte poderá haver, contudo, consequências benéficas, como menos frio, melhoria das colheitas, aumento da produtividade das florestas e das pescas e maior potencial hidroeléctrico. Em 2020, os cientistas acreditam que haverá um risco acrescido de cheias súbitas em toda a Europa. Já nas zonas costeiras, as inundações deverão colocar em risco mais 2,5 milhões de pessoas em 2080. Na Ásia, o derretimento dos glaciares dos Himalaias deverá provocar mais cheias e avalanches e pôr em risco os recursos hídricos. Zonas costeiras, sobretudo as regiões densamente povoadas no delta dos rios do Sul, Este e Sudeste da Ásia, estarão particularmente vulneráveis às cheias. A subida prevista da temperatura e alterações no regime de chuvas vão piorar a produtividade agrícola o que aumentará os riscos de fome, especialmente nos países em desenvolvimento. Para África, antecipa-se um crescimento brutal da quantidade de pessoas afectadas pela escassez de água, devido às secas e à procura crescente de água. O aumento do risco da fome é provável devido a vários factores, entre os quais a redução da área agrícola disponível. A subida do nível do mar vai ameaçar grandes cidades. Os recifes de corais e os mangais entrarão cada vez mais em declínio e poderá haver uma redução de pescas nos grandes lagos, prevê o painel científico. Na América do Norte, o aquecimento nas montanhas do Oeste vai reduzir a queda de neve, aumentar as cheias no Inverno, reduzir o escoamento de água no Verão e exacerbar os conflitos relativamente ao acesso à água.
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